domingo, 3 de julho de 2011

Antes tarde do que nunca...Seguir!


Tive uma longa caminhada até aqui, mas ultimamente, sem concreta razão, tenho apenas trocado passos.
Talvez tenha eu errado em deixar o coração entregue; mediante a bifurcação, trilhar a estrada incerta. Mas já não me cabia escolha.
Atei minhas mãos as tuas e deixei que me guiasse.Sentia-me segura e feliz. O percorrer tornara-se mais belo e tudo avivava cor. Viajava em ti e deliravas em mim também.
Estranhamente passei a te sentir distante, seu corpo já não mais tão plugado ao meu. Desculpas que se faziam constantes e a ausência que nos tirava o brilho. Teus dedos eu vi os meus deixar.
Oh, doce anjo! Das lindas cores que ainda permaneciam, apenas restou penumbra. E mesmo ali, perante meus olhos, pude ver-te transformar-se em precipício. Com cautela, aproximando-me de tua ferida mais funda, minha voz ecoou teu nome, mas você parecia não me ouvir. Perdida na mórbida solidão e na confusão de momento, não sabia como agir.
Resolvi sentar-me à beira deste precipício e jogar-lhe pedrinhas, gritar por ti a espera de uma positiva reação. Conversava sozinha contigo, e sonhava momentos que nem mesmo chegaram a acontecer.Você me continuava inerte. Por quê? Questiono-te lindo arcanjo.  Teria tudo  se transformado em pó?
Quase que sem vida, cheguei a ouvir sussurros que me fizeram mais uma vez acreditar.Ilusão! Novamente algo passageiro, e eu estocada aqui. Por muito tempo fiquei;sorri,chorei. Te requisitei, e nada de você. Mas a vida deve mesmo ser assim; o vinho da “ Terra do Nunca “ deve lhe ter mais sabor.
Encontro-me olhando-te penhasco abaixo, e por última hora te procuro. Anjo, tuas asas não voltaram à mim! Deves estar bem desejando outros corpos, ou não, é uma possibilidade.
Até este dia estive te esperando por aqui, sentada nestas pedras, aguardando um grito seu. Porém hoje, levanto-me daqui,  viro as costas a ti para seguir outra estrada:  A minha, vida minha!
A cada passo que dou estou mais distante. Mais longe do precipício que me prendia há pouco. Não lhe pedirei que não grites mais por mim, nem  lhe proibirei que isto o faça, só não deixarei por este chão, a certeza de ouvir-te milhas para lá,  nem mesmo  a falsa promessa de olhar para trás, nem tão pouco a injúria de voltar e lhe atender.

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